terça-feira, 6 de novembro de 2007

BARRICAS OLEOSAS

A Susana veio dizer-me à recepção que, caso aparecesse alguém para entregar umas barricas de plástico, a avisasse.
- Barricas como?
- Barricas grandes e cinzentas.
- Mas para que é que tu queres isso?
- Então não sabes que a nossa autarquia assinou ontem um protocolo com uma empresa que transforma óleos alimentares usados em biodiesel e agora essa empresa anda a distribuir os recipientes para, no nosso caso, colocarmos o óleo que utilizamos na pensão.
- Mas a D. Rosalinda sabe disso?
- Claro que sim Mário, até foi ela que pediu ao engº. Pedro Marceneiro que lhe fosse entregue, ainda hoje, uma ou duas daquelas barricas.
- Engº. Pedro Carpinteiro, rapariga!!!
- Ou isso, mas não interessa o nome do homem, o que interessa é que ele está muito entusiasmado com a ideia e vai oferecer barricas a todos os estabelecimentos de restauração existentes no nosso concelho.
- Bom Susana, se o entusiasmo manifestado na recolha de óleos alimentares for tão grande como o entusiasmo manifestado na recolha do papel, do vidro ou do papelão, então estamos desgraçados porque nunca, nas nossas viaturas, vamos colocar uma única gota desse biodiesel.
- Não sejas mau Mário, a nossa autarquia até se tem esforçado por pôr em prática uma política eficaz de recolha de desperdícios recicláveis.
- Não noto nada Susana. Então admite-se que, por exemplo, junto à Escola Beira Aguieira, um local onde todos os dias se produz desse lixo biodegradável, não exista sequer um ecoponto.
- Pois, realmente não se admite, mas também não podemos exigir que eles coloquem ecopontos em todo lado.
- Claro que não Susana, apenas que os coloquem nos locais onde são mais necessários.
- Pronto está bem Mário, parece que tens sempre razão. Não te esqueças é de me chamar, quando chegar o homem com as barricas.

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