quarta-feira, 28 de novembro de 2007

DERROTAS, EMPATES, REGRESSOS E DISPARATES

- Então Mário, o teu Porto não conseguiu aguentar o empate?
- Não me digas nada Paulo que eu nem estou em mim.
- Quatro bolas a uma é muita coisa.
- Tens razão, mas o que mais me revolta, é que o empate nos era suficiente e, mesmo assim, não conseguimos travar a investida do Liverpool.
- Não te preocupes meu amigo porque, pelo menos, o Benfica "salvou a honra do convento".
- Valha-nos isso meu caro, valha-nos isso.
- Vejo que andas a ler um romance?
- Olha Paulo, comprei o último livro do Miguel Sousa Tavares e pela leitura do resumo, confesso que me agrada.
- Também já ouvi falar muito bem acerca do sucessor do "Equador", mas para mim acho que são ambos muito grandes e confesso que já não tenho pachorra para ler durante muito tempo.
- O meu problema é não ter disponibilidade e, como bem sabes, aqui na recepção é difícil ler tudo de seguida, por isso, estou apenas a dar uma vista de olhos, a ler uns parágrafos, para depois, no conforto do meu quarto, ler mais amiúde este que eu espero ser um bom romance.
- Olha Mário, há dias que te ando para perguntar uma coisa?
- Então?
- Não tinhas sido convidado pela D. Rosalinda para frequentar um curso de iniciação à prova de vinhos?
- Sim, fui convidado, mas a Cristina acabou por mudar de ideias quanto à ida para a Inglaterra e o convite ficou sem efeito. E sabes que mais Paulo, até acabei por ficar satisfeito porque, aqui para nós, não me estava a apetecer muito ir para Aveiro e, além disso, mantenho-me ao pé da Cristina....
- Confessa lá Mário, tu tens um fraquinho por ela, não tens?
- Mais ou menos Paulo, mais ou menos. Desde que a vi entrar pela porta da pensão, que nunca mais fui o mesmo.
- Foi o que eu imaginei, mas ainda bem que assim é porque vocês os dois já começam a necessitar de quem vos aqueça os pés durante a noite.
- Olha Paulo, mudando de conversa, conheces o grupo que está a tocar?
- Claro que conheço, são os Madredeus.
- Exactamente, pena é que vão terminar.
- Não me digas? Um grupo daqueles, tão singular e com tão bonitas melodias, tão marcante no panorama musical português dos anos oitenta e noventa do século passado.
- É verdade Paulo, também eu fiquei chocado com a notícia, mas parece que a Teresa Salgueiro quis abraçar outros projectos e os restantes membros do grupo acharam que não fazia sentido continuarem sem ela, daí terem decidido parar por uns tempos.
- É pena que assim tenha sido mas, como é natural, só a eles cabe analisar a possibilidade de continuar com um projecto que já dura há vinte e dois anos.
- Tens razão Paulo, mas do que tenho mais saudades é daquela magnífica e incomparável voz que eu pensei poder vir a ser uma potencial candidata a ocupar o vazio deixado pela Amália.
- Deixa lá Mário, pode ser que um dia voltem, tal como os The Police, os The Who ou os Sex Pistols.
- Pois, parece que é moda regressarem passados vinte anos de terem acabado.
- Sabes como é, existem sempre aqueles saudosistas que nunca esqueceram os momentos que tais bandas lhes proporcionaram e, além disso, tal regresso sempre serve para, quem sabe, equilibrar as contas. Além disso as editoras discográficas estão sempre à espera de ganhar mais uns cobres.
- És capaz de ter razão Paulo, param durante uns anos e depois regressam mais velhos, claro, mas com força suficiente para fazer vibrar os fãs e ainda para venderem uns milhares de cópias dos álbuns que entretanto editarem.
- É a prova de que, quando se quer alguma coisa, consegue-se sempre alcançá-la, a não ser, claro, que a saúde nos atraiçoe.....

1 comentário:

António Luís disse...

Caro Recepcionista!

Convido-o a procurar a "Brutal" crítica de Vasco Pulido Valente, no Público de sábado, ao último livro de MST. A coisa já anda no plano pessoal, mas a desmontagem histórica do romance é de uma crueza áspera!
Eu não morro de amores por nenhum deles e já li os dois...

Cumprimentos.

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