segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

CAIXEIRO SONHADOR

- Quer dizer então, que gostou do que viu, não é verdade caro Filipe?
- Sim, mais ou menos. É certo que por onde andei, nem sempre encontrei a receptividade desejada mas, só pela viagem foi gratificante.
- Acha que sim?
- Claro que acho, principalmente aquela a parte sul da Serra do Buçaco.
- Bem sei, toda aquela zona da freguesia de Sazes do Lorvão.
- Mas também reparei que há muita rusticidade nessas aldeias um pouco mais afastadas de Penacova.
- No sentido positivo do termo, imagino...
- Claro que sim Mário, não andei por aí a avaliar graus de desenvolvimento.
- Não esperaria outra posição.
- Naturalmente que sim, que me agrada toda esta ruralidade, toda esta simplicidade!!!
- Estou muito admirado consigo Filipe. Para quem cá está há tão pouco tempo e já conseguiu analisar as coisas tão profundamente. Olhe que não é fácil...
- Apenas a experiência adquirida no contacto com os outros.
- Pois claro, só poderia ser. É sinal que aprendeu bem a lição. Mas olhe que é sempre a primeira impressão de todos aqueles que por cá passam. Todos ficam com uma imagem magnífica desta terra mas (há sempre um mas) se permanecerem por cá durante muito tempo, vão aperceber-se que, tirando toda essa beleza, esta terra nem sempre é sinónimo de progresso, ou evolução.
- É sempre assim em todo lado Mário. Daqui a uns dias, vou entrar por aqui adentro a lamentar-me da falta de alcatrão nas estradas, das obras que interrompem qualquer pedaço de estrada, enfim, o habitual. Por isso meu caro, deixe-me sonhar um pouco.
- Sim, claro que sim. Não foi por acaso que escolheu a Pensão Viseu.

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