domingo, 3 de fevereiro de 2008

O NOVO HÓSPEDE

- Ai Susana, não te digo nem te conto...
- O que foi mulher, parece que viste um fantasma!!!!
- Antes fosse, porque assim ainda teria aquela possibilidade que todos os fantasmas têm para se deslocarem para todo o lado, através das paredes e das portas.
- Mas que raio de bicho te mordeu Luísa?
- Olha rapariga, para mim não serve porque já estou de núpcias marcadas com o meu António, mas para ti, livre e desimpedida, vinha mesmo a calhar um homem como aquele que eu vi a falar como o Mário junto à recepção.
- Então e olha lá, por acaso passei-te procuração para andares à procura de marido para mim?
- Não, claro que não, mas como sou tua amiga e de vez em quando reparo que andas para aí a suspirar, e julguei que se desse um empurrãozito, as coisas poderiam ficar mais fáceis.
- Pois não te preocupes com isso Luísa porque quando eu quiser quem me aqueça os pés durante a noite, tratarei de arranjar alguém. Enquanto isso, dispenso a tua preocupação.
- Fica descansada que já não está cá quem falou.
- Mas Luísa, já que tocaste no assunto, diz-me lá quem é o rapagão.
- Eu vi logo Susana. Quem desdenha quer comprar...
- Vá lá, deixa-te de palermices e começa a desenvolver….
- Olha Susana, só sei que é caixeiro-viajante, tem cerca de 40 anos, veste que é uma maravilha e que pretende um quarto para cá passar duas a três vezes por semana.
- E é assim tão.....
- Bom?
- Sim, pode ser esse o termo.
- Bem, como já te disse, para mim não serve porque já tenho o meu António mas, a julgar pela aparência do indivíduo, se fosse a ti tentava, pelo menos distraidamente, sujar-lhe a camisa com sopa ou as calças com vinho...estás a perceber?
- Claro que estou. E a seguir oferecia-me logo para lhe lavar a roupa que lhe sujei e por aí adiante.
- Olha Susana, eu não preciso de te ensinar nada mas, se quiseres dar uma olhadela no moço, sobe até ao cimo das escadas para satisfazeres a tua curiosidade.
- E aliança, reparaste se tem?
- Não reparei nem isso interessa, ou achas que sim?
- Bem nos dias que correm, quando ainda continuam a existir 7 mulheres para um homem, talvez não.

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