sábado, 7 de junho de 2008

A CENOURA

Li e gostei do que escreveu o Eduardo. Tal como ele, concordo com a ideia de que o nosso país vive na ilusão dos grandes feitos e agarrado à saudade do imenso império que criou e não soube manter.
Vejo que, por momentos, todo o povo fica siderado com a ideia de que a "nossa" selecção vai, finalmente, vencer o Europeu e que os nossos jogadores vão regressar carregados de glória a um país cuja auto-estima, há muito que se encontra pelas ruas da amargura.

Para mim, acho que o sonho vai durar pouco, não porque os rapazes não joguem bem, mas apenas porque os acho mais interessados em andar na moda, em ter lindas namoradas e em construir o futuro numa "grande" equipa europeia do que em defender as cores da nossa bandeira.

Quanto ao resto, e sabendo que o português, por norma, é um indivíduo que ganha mal, que veste mal, que se alimenta mal, que lê mal, que escreve mal e que normalmente está sempre a ser tramado pelos seus eleitos mas que, em contra-partida, fala bem ao telemóvel, tem o melhor carro da rua, a barriga mais proeminente da vizinhança, ou a mulher mais loura do bairro, que ama o seu clube, ama a Amália e não perde um peregrinação à Cova da Iria e que até tira da boca para alimentar as suas ilusões, até acabo por compreender porque é que o Estado utiliza o Fado, Fátima e o Futebol como cenoura para obter os resultados pretendidos, com o objectivo de os mostrar a um povo que adora fogo de artifício.

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