sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Rescisão Amigável

- Então Mário, sempre ficaste?
- Não meu caro Luís, ainda pensei que a D. Rosalinda me renovava o contrato mas não tive sorte.
- Lamentou por ti amigo.
- Chamou-me ao escritório e disse que a vida não está fácil, que as finanças levam o dinheiro todo, que a crise nos Estados Unidos afectou toda a economia. Enfim, coisas de patrão.
- Claro que sim, quando podem, dispensam logo o pessoal!!!
- Talvez não tenha sido bem isso. As coisas não estão assim tão boas e, em vez de correr o risco de não me poder pagar o ordenado, preferiu não arriscar.
- Olha amigo, nos tempos que correm, ter um emprego estável, é o melhor que há.
- E tu que o digas. És funcionário público e, melhor que ninguém, sabes avaliar a vantagem de ter um ordenado fixo a fim do mês.
- Estou agora aqui a pensar se não poderíamos fazer alguma coisa para a despedida.
- Talvez um jantar, preparado pela Susana
- Exacto, feito pela Susana, e passar a noite a beber um bom vinho e a ouvir uma boa músca.
- Tipo Van Morrison...
- Isso, Van Morrison acompanhado por uma aguardente São Domingos, em copo aquecido.
- Isso Mário, uma noite inesquecível para celebrar a tua passagem por aqui e, quem sabe, antever um possível regresso à pensão.
- A partir deste momento, tudo fica em aberto. Agora, o que me apetece fazer, é saborear o repasto e preparar a minha ida para outros alojamentos e, quem sabe, preparar o meu eventual regresso.
- Acho que fazes bem. Sabes que, por vezes, é bom pararmos um pouco para redefinir objectivos.
- Também acho Luís. Quem sabe se não regressarei um dia para contar outras experiências que tragam novidades à pensão.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...