quinta-feira, 18 de março de 2010

Falta de fé ou fraqueza dos homens

- Porque razão é que estás a mudar de canal Matias?
- Olhe D. Rosalinda, não só porque o restaurante da Pensão está cheio, mas também porque os comensais não têm, a meu ver claro, que estar sujeitos a ver os espectáculo degradante que está a pssar naquele canal.
- E é tão degradante assim?
- Olhe D. Rosalinda, para mim não tem palavras que o descrevam. Só de imaginar fico todo perturbado?
- Ai homem, não me assustes!!! O que é que estava a dar exactamente?
- Era a notícia sobre os actos de pedofilia praticados por alguns sacerdotes da Igreja Católica...
- Pois, eu sei Matias. Também tenho acompanhado como posso o desenrolar dos acontecimentos ligados a esse escandaloso processo.
- E para si deve ser muito doloroso saber que tudo isso se passou e, pior ainda, que tudo foi abafado pelos responsáveis daqueles que praticaram tão hediondos actos.
- Eu sempre fui muito devota, e continuo a ser, mas tudo isto me incomoda sobremaneira.
- E abala a sua fé?
- Claro que não Matias! A minha fé não está condicionada pelos actos que o ser humano pratica, seja ele padre ou não. A minha fé é para com Cristo e apenas tenho o compromisso para com ele, daí que não saia abalada, apenas triste com a fraqueza dos homens que se comprometeram com a Igreja, agir de acordo com os seus ensinamentos
- Mas ressente-se de alguma maneira, como é óbvio.
- Ressinto-me principalmente na maneira como passei a olhar para os sacerdotes. Não quero, nem devo, acreditar que todos são culpados, mas também não sou inocente ao ponto de achar que todos estão isentos de culpa.
- Todos!?
- Claro que sim. Seria muita ingenuidade da minha parte acreditar que não há um conhecimento geral acerca daquilo que se passou. Sei perfeitamente que uns escondem os outros e as coisas não se souberam há mais tempo, da forma como hoje de sabem, porque estavam todos convictos que tudo acabava por ser esquecido.
- Mas não isso que aconteceu.
- Claro que não e ainda bem. Nem eu, como fiel, me poderia sentir cúmplice dessa atrocidade, como aliás se sentem todos os verdadeiros fiéis. Sinto-me defraudada isso sim. Não consigo aceitar que, por detrás da batina se esconda um criminoso e, principalmente, alguém a quem a maior parte das mães confiou em algum momento da sua vida, a guarda dos seus filhos.
- E preconizaria algum tipo de castigo para tais meliantes?
- Olha Matias, não costumo ser radical, até porque tenho por norma respeitar o próximo mas, num caso desses, não me chocaria que esses pseudo-sacerdotes fossem castrados quimicamente e arredados definitivamente do sacerdócio.
- Não está mal não senhora. Eu até iria mais longe, mas provavelmente o castigo que eu proporia, seria mais fácil de suportar do que aquele que a Srª. tinha em mente.

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