quarta-feira, 17 de março de 2010

O dom da imortalidade


- Gosto muito dessa música Matias!
- A sério menina Alice?
- Claro que sim! Tem um ritmo que nos faz balançar e não se compara nada com algumas que hoje por aí ouvimos e que certas pessoas teimam em chamar de música 
- Eu também acho. Gosto muito do estilo de Michael Jackson, das músicas que compôs e da forma como se move em palco. É de facto um artista que me dá prazer ver e ouvir!!
- Foi, queres tu dizer..
- Sim claro, que cabeça a minha, foi e será sempre um dos meus preferidos.
- E não só teu Matias. Tendo em conta o montante do acordo assinado entre os herdeiros e a Sony, estou em crer que muitos ainda se irão render à fenomenalidade de Michael Jackson.
- Espero bem que sim menina Alice. Acho que a obra dele é extraordinária e é sem dúvida alguma um marco importante na música dos últimos trinta anos. Revolucionou toda a indústria musical a impor o seu estilo invulgar. Pena que se tenha metamorfoseado daquela maneira, sempre em busca da brancura total.
- Da brancura total e não só Matias. Era um homem um bocado estranho, com hábitos pouco ortodoxos, próprios de quem atingiu o estrelato desde muito cedo. Essa busca da ribalta obrigou-o, não só a ele como também aos irmãos, a suportar a personalidade algo violenta do pai que, pelo que dizem, não permitia que eles falhassem.
- Depois também vieram as suspeitas de envolvimento com menores e as inevitáveis e chorudas indemnizações. Enfim uma vida de ascensão e queda.
- Para ele já seria muito complicado enfrentar a realidade. Mantinha aquela fobia pelas contaminações e atrás dele arrastava os filhos, os quais acabariam de sofrer como ele e por ele...
- É assim Matias, nem sempre a fama é sinónimo de felicidade. Também para isso é preciso ter sorte...
- E inteligência menina Alice. Imagine que, tal como ele, se encontrava numa situação ascendente. Muitos êxitos, muitos contratos, muitos fãs, muitas tentações, muitas emoções e muitas frustações também. A dada altura o mundo que conhecia desde ali, começava a desmoronar-se. Outros cantores apareciam, mais ousados, mais ambiciosos e, obviamente, mais novos. É bastante provável que se começasse a sentir ultrapassada e com isso mais irritada, com tendência para começar a consumir susbstâncias que lhe iriam amenizar a dor que estava a sentir.
- Pois, és capaz de ter razão. Só não sei se me comportaria dessa maneira, mas aceito que o efeito fosse esse e que a tendência para muitas das vezes se chegar ao ponto a que ele chegou. Porém, se fosse se raça negra, estou convencida que não correria atrás do sonho de me tornar branco. Aí acho que ele exagerou e estou em crer que terá sido essa busca incessante que o levou à morte. Pelo menos a julgar pelas circunstâncias em que ela aconteceu.
- Seja como for, independentemente daquilo que o matou, o mais importante é que, pelo menos a sua obra não vai cair no esquecimento e os herdeiros sempre vão poder ficar mais confortados pela perda que tiveram. Além disso, de acordo com o que foi noticiado, vão ser editados temas inéditos que nem os fãs mais devotos conheciam.
- Quer dizer então que ainda vamos ter Michael Jackson por mais uns anos!
- Sim menina Alice! Que sejam muitos e bons para nos animar.

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