quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Apesar da Crise...


- É verdade Matias, mas já não tenho paciência para estas coisas. Viagens longas já não me atraem, sobretudo se forem feitas pela nacional. Sim porque até aí temos de poupar, e as portagens, como se sabe, são outra das formas de dar dinheiro ao Estado.
- Mas conte-me D. Rosalinda. Chegaram então ao bendito entendimento?
- Quer dizer...mais ou menos, não foi bem um entendimento. A única coisa que nos interessa é o não agravamento da taxa do IVA para os 23%, pois se assim for, temos de aumentar tudo e depois, sabes como é, os primeiros a sofrer são os funcionários.
- Pois eu bem sei como é D. Rosalinda, daí estar com esperanças numa solução que fosse boa para todos.
- Olha meu santo, para já não está nada definido. Vamos, numa primeira fase, mostrar indignação, apresentar as nossas posições, as posições dos nossos colaboradores e clientes, para depois, caso não corra bem, avançarmos com outras medidas mais duras de reivindicação, como por exemplo encerrarmos os restaurantes durante pelo menos um dia e, quem sabe, avançarmos com outras mais gravosas para a nossa economia, como por exemplo, boicotarmos o que é português.
- A questão é sempre a mesma D. Rosalinda. Enquanto não fiscalizarem, ao cêntimo, aquilo que entra e sai do nosso país, nunca seremos capazes de arrepiar caminho. Se agora nos pedem um esforço suplementar, para as coisas ficarem resolvidas, quando por fim ficarem, começam de novo a gastar como se não tivessem que prestar a mínima satisfação aos que lhes pagam as mordomias. Por isso D. Rosalinda, não vale a pena confiar nos políticos. E digo-lhe mais, se a democracia era o melhor sistema de governo dos povos, por causa desses srs. acabará por se tornar numa política suicida, que só conduz a sociedade ao caos.
- E esse caos é que favorece o aparecimento do conservadorismo, do obscurantismo, da concentração de poderes e na manutenção de uma ordem pela força. Mas deixemo-nos de cenários catastróficos, se bem que está mais para isso do que para outra coisa. Conta-se então como foi o dia na pensão?
- Nada de especial D. Rosalinda, tirando o vergonhoso resultado com que nos presentou a seleção, foi mais um dia de calor quase insuportável.
- Mas estou aqui a ver um cartaz novo no placard da Pensão.
- Eh, as meninas da Forja pediram que o afixa-se e aí está ele a anunciar um momento de Contos, interpretados pela Dolores e pela Ana Rita, com a participação especial da harpista Ana Silva.
- Quem? Aquela senhora que esteve presente na Feira do Livro?
- Sim, essa mesmo?
- Que bom que vai ser rever essa senhora e as magníficas músicas que ela tocou.
- Mas Outubro não nos traz somente o evento da Forja! Para além desse, também no Centro Cultural, ainda podemos ver a exposição do José da Fonte, o Encontro de Coros e um filme português, integrado no ciclo com o mesmo nome. Para além desses, também temos em Lorvão, as Comemorações das Santas Rainhas. Portanto, como vê D. Rosalinda, não há motivos para ir à procura de momentos agradáveis que nos ocupem os tempos livres que temos noutras paragens, porque afinal aqui também os podemos encontrar, só basta procurá-los.
- Ainda bem que assim é Matias, sinal de que Penacova mexe e que, pesar da crise, ainda existem alguns que teimam em se manterem ativos e úteis.

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