sábado, 29 de outubro de 2011

Chanfana dos Santos


- Então João, que fazes por cá hoje?
- Olha Matias, fui convidado para a festa da Cheira e cá estou.
- Da  Cheira e do Chainho queres tu dizer.
- Pois, claro, tens razão. É a força do hábito.
- E correu bem a viagem?
- Nem por isso. Vim pela estrada do Luso e olha que apanhei algumas surpresas.
- Porquê, encontras-te alguma árvore caída?
- Não, não se tratou de uma árvore, mas sim das obras de repavimentação que nela estão a decorrer e se não fores atento, corres o risco de ser surpreendido.
- Se assim é admira-me ainda não ter ocorrido alguma acidente!
- Também não sei o que vai na cabeça daquele pessoal. Onde é que já viu andarem a reparar uma estrada, sem que essa empreitada esteja convenientemente sinalizada?
- A estrada já de si não é uma estrada fácil. Muitas curvas, algumas delas bastante acentuadas, não tornam a tarefa fácil para quem não a conhece muito bem, e mesmo conhecendo, ser surpreendido com rasgos no alcatrão, capazes de provocar danos na viatura, ou até mesmo um acidente.
- É, tens razão, deveria haver melhor sinalização, apesar de todos sabermos que aquela estrada necessitava e uma intervenção. Mas conta-me! Será que vale mesma pena entrar agora para a faculdade, nesta altura do campeonato.
- Claro que vale! Ainda ontem começou a Latada, por isso só a partir de agora é que as aulas vão realmente começar.
- Olha Matias, espero que realmente consigas acabar ou teu curso. É bom encarar a vida como um desafio, mas nunca perdendo a noção dos custos que uma decisão dessas pode acarretar.
- Pois é, tens razão! Nos dias que correm, qualquer desvio pior calculado poderá ditar a continuidade de um percurso. Por isso tem de haver um forte empenhamento.
- Ao fim e ao cabo, o mais importante é que tudo corra bem e, a final, dês o tempo por bem empregue, seja pelos resultados, seja pelos amigos que vais encontrar.
- Tens razão João! Sempre digo que problema não está em entrar, mas sim em sair. Então dizes tu que vieste à Festa da Cheira. Então, não te escapas de comer uma chanfana.
- Claro, se não houver chanfana não há festa.
-Obviamente que sim, mas não te esqueças que a chanfana é prato do dia, todos os dias, aqui no restaurante da Pensão.
- Bem sei Matias, mas parece que sabe melhor quando à festa.
- Aqui para nós João, eu também prefiro comê-la nessa altura, apesar de aqui ela ser deliciosa todo o ano.
- Pois bem meu caro Matias. Folgo saber que está de boa saúde, que tens projetos para o futuro e que, concerteza, nos vamos encontrar num dois bailes da festa.
- Podes crer João. De todo o modo, se isso não acontecer, aparece aqui na Pensão, para conversarmos mais um bocadinho.
- Fica descansado, mas agora tenho que ir. Ainda vou comprar umas quantas flores para o Dia de Todos os Santos.
- Fazes bem João, um grande abraço para ti e para família e até um destes dias.
- Fica descansado que logo que possa, venho visitar-te para falarmos mais um pouco, e olha que tenho algumas novidade que vais gostar de saber.

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