terça-feira, 18 de outubro de 2011

Valha-nos o Futebol


- Quer dizer então que, uma vez apresentado o orçamento para o ano que vem, somos considerados por Bruxelas um povo com coragem suficiente para enfrentar a crise.
- Então, as coisas são assim mesmo, quando não se reclama, acaba-se por ficar com o que nos querem oferecer, com a vantagem de passarmos por bons alunos. Oh João, basta ver o exemplo dos gregos. Não têm parado de se manifestar e com isso já lhes foi perdoada uma boa parte da dívida.
- Pois Matias, tens razão, mas lá as coisas piam mais fino. Quando é para parar, para-se mesmo e se for preciso deitam fogo a tudo. E aqui...
- ...aqui ainda vamos aguentando a pancada. Somos muito tolerantes. Eu diria até que desprezamos tanto essa cambada que até os deixamos a estar a pulverizarem o nosso dinheiro. Desde que não nos tirem o futebol, o folclore, o festival, a festa da terra ou o arraial, "tudo corre às mil maravilhas". Somos assim, e provavelmente nunca mudaremos. 
- Talvez por isso é que somos fáceis de governar. Não chateamos e estamos sempre à espera de alguém que venha não sei de onde para nos salvar.
- Tipo solução divina?
- Sim, qualquer coisa assim inexplicável. Um milagre ou uma coisa assim sobrenatural, que desaparece tão depressa como aparece e depois fica tudo bem outra vez.
- Dessas coisas só nos filmes, e é preciso que sejam daqueles que só passam por altura do Natal. 
- Sabes um coisa Matias? Haja a crise que houver, mas a vitória do meu Benfica contra o Basileia é que já ninguém tira
- Vês João, ainda bem que há futebol. E nada melhor do que uma boa partida, para nos fazer esquecer as inquietações dos dias.

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