quinta-feira, 13 de setembro de 2007

NÃO DEVIA TER ACONTECIDO

O João estuda na Escola de Hotelaria Beira Aguieira. Tem 18 anos, está connosco há 3 e, por sua vontade, pretende adquirir formação na área da restauração para "se fazer ao mundo" dotado de uma especialidade que sempre adorou. Os pais, pessoas humildes e modestas, optaram por lhe arranjar um quarto na pensão - "fica mais caro mas, ao menos, o rapaz tem aqui tudo o que precisa" - diziam eles.
Com aquela idade, vive o futebol com mais intensidade, sendo o meu companheiro de "bancada" quando um dos quatros canais livres da televisão portuguesa nos presenteia como um jogo de futebol importante. Vibra com os dribles e com o golos e blasfema quando as coisas correm menos bem. Ontem, como todos sabemos, o "grupo" treinado por Filipe Scolari, empatou contra a Sérvia a uma bola. Com atropelos, insultos de parte a parte, contusões, puxões e empurrões, lá terminou o derby, a custo diga-se e antecipadamente. O resultado não agradou, nem a uns nem a outros, sendo inevitáveis os estados de tensão associados aquela derradeira tentativa de ganhar o jogo.
Quem vê futebol com assiduidade, sabe que os jogadores se consideram umas estrelas, que ora jogam ora não jogam e que fazem birra quando a coisa não lhes corre bem, comportando-se como deuses mas, neste caso, com pés de barro, e provocando situações que, muitas das vezes, levam ao extremo as tomadas de atitude por parte de ambas as equipas,
Tanto eu como o João, já tinhamos assistido a agressões por parte dos jogadores em relação a outros jogadores e por parte de jogadores em relação aos árbitros mas, agressões por parte de treinadores em relação aos jogadores, em pleno relvado e em frente a milhares de espectadores é que nunca tínhamos presenciado. Com 18 anos, e com uma saúde própria de quem pratica desporto, o João não gostou de mais um espectáculo degradante, não considerou, tal como eu, admissível tal atitude numa modalidade desportiva que, como as outras, deve ser um exemplo de tolerância.
O jogo acabou, lavou-se a roupa suja que havia para lavar e, a final, ouviram-se as acusações e as desculpas do costume. Fica somente a pergunta: Será razoável, lógico, aceitável que um punhado de pessoas que vestem a camisola de um país com aspirações a desenvolvido, que integra instituições tão importantes como a União Europeia, a O.T.A.N. e tantas outras que todos conhecem, não conseguem, ao menos, lembrar-se daquilo que representam quando estão perante os outros?
Para mim e para o João, não é aceitável que isso aconteça e muito menos que torne a acontecer. As instituições que representam o futebol nacional e internacional, devem ter mão pesada na punição dos prevaricadores e as autoridades nacionais devem ser inflexiveis nas atitudes a tomar, para evitar que cenas destas se voltem a repetir.
Talvez, e é apenas uma ideia, fosse necessário obrigar tais "meninos" a voltarem à escola, não de hotelaria, mas de boas maneiras.

1 comentário:

Anónimo disse...

Quem nunca errou, que atire a primeira pedra. � evidente, que a atitude do Sr. Scolari � reprov�vel, mas ele n�o deixa de ser humano. Pois � meus senhores, Portugal n�o andava habituado a ter uma selec�o ganhadora. Para concluir, prefiro o murro de Scolari �s vergonhas de Saltillo e do mundial da Coreia/Jap�o.

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