domingo, 21 de outubro de 2007

DE LORVÃO ATÉ AO MAR

A Luísa desceu toda aperaltada como se para uma festa fosse. Perguntei-lhe se ia para algum casamento e ela respondeu (muito bem) que não era necessário um casamento para se "produzir" assim.
Confesso que, por momentos, não conhecia a Luísa que todos os dias vejo vestida de bata e com o cabelo apanhado, hoje parecia-me mais solta, mais fresca e com uma carinha mais laroca. Ainda dizem que um pouco de baton, rímel e alguma maquilhagem não realça aquela beleza que todas as mulheres têm.
- Olhe Mário, vou à missa ao Mosteiro do Lorvão. - disse a Luísa
- Mas a que propósito? - perguntei eu
- Então Mário, não sabe que, naquela vila, durante todo o fim-de-semana, estão decorrer as Festas das Rainhas Teresa e Sancha e que hoje, pelas 11 horas, vai ter lugar uma solene eucaristia, presidida por S. Reverência o Bispo D. Ximenes Belo
- Bom...- disse eu -, que estão a decorrer as festas em honra das santas rainhas eu sei, não sabia era que iria ter lugar, na igreja daquele mosteiro, uma eucaristia presidida por tão distinta personalidade.
- É verdade Mário - disse a Luísa -, e é para lá que eu vou mal chegue o meu António.
- Quer dizer que não vens almoçar à pensão. - depressa conclui.
- Lógico Mário. Depois vou passear com o António até, quem sabe, à Figueira da Foz para ver o mar. - disse a Luísa
- Fico muito contente por vós e parece que vão ter sorte pois o dia está solarengo, coisa que normalmente não acontece nos meses de Outubro. - disse-lhe eu, enquanto preparava a taça de ração para o Riças que, de tanta vontade de comer que tinha, não saía da porta da cozinha só para sentir o cheirinho da chanfana que já começava a tomar conta de (quase) toda a pensão e que nos deixava a todos com água na boca.
I

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