quarta-feira, 17 de outubro de 2007

QUARTO COM VISTA

Gosto de vir a Penacova.
É um local pacato, que contrasta fortemente com o barulho da cidade onde habito e trabalho.
Esta pensão enche-me, por isso, as medidas do descanso e da tranquilidade.
Numa cadeira posta na varanda, vejo o rio Mondego a correr vagaroso para a foz, vejo um areal agora jazido de vazios, depois de um Verão com gambiarras, piscinas infantis e a animação dita possível.
O recepcionista, atento e simpático, sempre que aqui venho, lá me avisa da pasmaceira do costume e de como as coisas ou não correm ou correm devagar. Às vezes não me importo e até o desejo. O progresso (uma palavra com tão diversas aparências) nem sempre é bom sinal. Há por aí muita modernidade miserável a tentar explicar que não o é...
Voltando à varanda, admiro a paisagem recortada de serras e vales e pelo errático traçado do mondego. Respiro fundo e lanço o olhar para o infinito.
Para nós, Arquitectos, todas as formas da natureza são potencial para a criação de espaços e ambientes. E aqui em Penacova, a Arquitectura tem mil e uma razões para poder ser bela.
Pelo que vejo e conheço, pouco é!

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