quarta-feira, 7 de maio de 2008

GUERRA DAS CAPELINHAS

- Conta-me cá Leonardo. Tu, que foste polícia, achas que foi boa a escolha de Almeida Rodrigues para director nacional da Polícia Judiciária?
- Acho que sim Mário, até acho que já devia ter sido assim há muito tempo.
- Mas normalmente quem é investido nesse cargo, é um magistrado judicial ou do ministério público.
- Pois, assim tem sido e se calhar é por causa disso que os problemas teimam em não ser resolvidos.
- E achas que agora vão desaparecer de um dia para o outro?
- Isso não direi Mário, mas sou da opinião que poderá ser uma boa solução para, pelo menos, restituir à polícia judiciária o estatuto de que sempre gozou.
- Sim, na verdade a PJ sempre foi a menina dos olhos do ministério da justiça e sempre foi tida como uma das melhores do mundo, do tipo que resolvia os casos mais bicudos e aparentemente irresolúveis.
- Olha Mário, eu creio que o grande problema da PJ foi não ter conseguido lidar com as vozes que se levantaram contra o método utilizado no caso Madeleine. Até ali nunca tinham sido questionados porque os resultados iam aparecendo de forma positiva, sem muito mediatismo, sempre com a prata da casa, obtendo confissões alegadamente à força, enfim, tudo na maior das tranquilidades. Depois do caso da menina McCann, as coisas nunca mais foram iguais.
- Sim Leonardo, também me apercebi que eles não estavam muito à vontade para esclarecer as dúvidas, quer dos advogados dos pais da menina quer dos jornalistas e dos peritos ingleses.
- Por tudo isso amigo Mário, por acharem que não tinham que prestar esclarecimentos a ninguém é que se começaram aperceber que não eram assim tão infalíveis e depois disso, começaram a aparecer os pontos mais fracos daquela polícia, com a substituição dos responsáveis pela investigação, enfim uma grande trapalhada.
- E achas que vai resolver alguma coisa?
- Acho que sim Mário, mas para mim o ideal era que todos pertencessem a um só organismo, tutelado por um só ministério.
- Tal como defendia o Alípio Ribeiro?
- Exactamente!!! Assim acabavam as capelinhas e todos trabalhavam para o mesmo sem andarem a esconder as coisas uns dos outros e a ver a quem é que cabe fazer isto ou aquilo.
- E sempre à custa dos contribuintes...
- Claro, como se os problemas do dia-a-dia não bastassem para nos incomodar, ainda temos que andar preocupados em saber se as polícias desempenham convenientemente o papel para que foram criadas.
- Olha amigo, vamos mudar de assunto e beber mais uma imperial, acompanhada por um pires de tremoços da Luz para desanuviar um pouco e para arranjar apetite para o jantar.

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