sexta-feira, 1 de agosto de 2008

O FIM DAS FÉRIAS

- Finalmente Mário, regressaste!!!
- É verdade D. Rosalinda, já tinha saudades da recepção da Pensão.
- Só da recepção?
- Claro que não. De todos vós e das nossas intermináveis conversas.
- Então conta-me lá como foi essa viagem, estou mortinha por saber por onde andaste e o que viste.
- Olhe D. Rosalinda, corri a Europa de lés a lés. Fui a Espanha, à França, Holanda, Áustria, Suíça, Grécia, Itália, enfim, quase a todos os países e capitais.
- Sabe bem receber assim uma boa quantia, de um tio quase desconhecido, e partir à descoberta das maravilhas na nossa velha Europa.
- Tem toda a razão D. Rosalinda, mas agora, por uns tempos, vou acalmar por aqui e digerir o resultado de toda essa experiência.
- Sabe bem voltar aos lençóis branquinhos da Pensão, não sabe?
- Claro que sabe D. Rosalinda mas, aquilo que mais saudades me deixou, foram os cozinhados da Susana. Sempre que comia nesses restaurantes espalhados por essa Europa, pensava naquele cabrito assado ou naquela lebre à caçador ou até mesmo na chanfana à moda de Penacova que deixei aqui na Pensão.
- Espero que os tenha divulgado bem.
- Claro que sim D. Rosalinda. Houve até um dia num restaurante grego em que, após ter tecido rasgados elogios aos escalopes de vitela da Susana, o chefe de sala quase me obrigou a escrever a receita no livro que todos utilizavam na cozinha para confeccionar as refeições.
- Por este andar ainda vamos ter que dispensar a Susana para um desses famosos restaurantes.
- Nunca se sabe D. Rosalinda, nunca se sabe....Então e novidades por aqui?
- Muitas novidades Mário. Tantas que nem imaginas.
- Assim há-de ser D. Rosalinda, numa terra onde nada acontece e, quando acontece, nunca deveria ter acontecido, parece-me fruta a mais.
- Não Mário, desta vez vão acontecer mesmo coisas diferentes. Vão construir um parque de estacionamento subterrâneo aqui no Terreiro, uma biblioteca e um auditório junto ao cemitério da Eirinha e, junto à piscinas municipais, o novo tribunal judicial.
- Obras de regime???
- Talvez, mas não deixam de ser obras!!!
- E o hotel de Penacova?
- Esse reabriu com nova gerência.
- Como assim?
- Então, desde que o irlandês voou para outras paragens, o nosso presidente pôs-se em campo para arranjar um parceiro à altura de tamanha empresa.
- E conseguiu?
- Claro que conseguiu, quando se tem maioria tudo se consegue. E arranjou um empresário da Curia para tomar conta do empreendimento.
- E com que futuro?
- Olha, provavelmente como o mesmo. Sem prometer nada a ninguém, põe lá o pessoal a servir umas refeições e a receber uns quaisquer hóspedes que se arrisquem por estas bandas e depois logo se vê….
- O costume portanto.
- Sim claro, para não surpreender aqueles que continuam a achar que não vale a pena apostar em Penacova.
- Mas já são pouco D. Rosalinda!!!
- Pois são, e logo por azar são os que mais podem…

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