sábado, 3 de abril de 2010

Virtuosidades


Nesta época do ano a Pensão é muito procurada sobretudo por casais que, recém-casados ou não, procuram a calma que se vive nesta vila apenas "perturbada" pelos festejos pascais que são sempre dignos de serem apreciados, sobretudo pelos fiéis mais devotos. Além disso, também procuram apreciar a qualidade da cozinha da Pensão, antes com a Susana, hoje com a D. Rosalinda porque ainda não apareceu outra cozinheira com capacidade para as substituir. É certo que a Luísa dá uma mãozinha, mas não tem aquela sensibilidade necessária a uma cozinha com a qualidade que se pretende para a Pensão.
Os hóspedes que hoje chegaram à Pensão só o puderam fazer, como habitualmente, até às 17 horas. Todos fizeram as reservas com a devida antecedência e de certeza que daqui a pouco começam a descer para se instalarem na sala de estar onde, de aperitivo em aperitivo, aguardavam ansiosamente pela refeição. Curiosamente, um hóspede, porventura o mais actualizado, perguntou se servíamos um vinho do Porto Dow`s Vintage 2007, ao que eu, orgulhosamente, lhe servi um cálice de tão afamado néctar, que o diga Robert Parker, reconhecido provador da Wine Spectator. Satisfeitíssimo, levou o cálice para  virtuoso canapé, onde deliciosamente continuou a ler o seu jornal.
Entretanto, o apetite para o jantar começou a ser tema de conversa entre os hópedes. Uns tentavam adivinhar aquilo que os outros iriam escolher para comer. Alguns adivinhavam, outros nem por isso, mas as escolhas andavam todas à volta do Cabrito, das Migas, da Chanfana ou até mesmo da Lampreia. Curiosamente alguns optavam por um Filé-mignon em crosta de 4 pimentas sob uma Galette de Batatas acompanhado de um Molho Rosé ou até mesmo por uma costeleta de cordeiro com mostarda, nada que me espantasse, tendo em conta a variedade com que gostamos de presentear os nossos comensais. Mas mais curioso ainda, foi o pedido feito por aquele hóspede que há pouco me pediu que lhe servisse o vinho do Porto. Perguntou-me se por acaso, serviamos Trufas. Surpreendido com tão inusitado pedido, de imediato respondi  que sim, apenas lhe perguntado se preferia as pretas ou as brancas. Respondeu-me que preferia as pretas, por terem qualidades extraordinárias.

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